CRAZY BLOCK ou CRAZY PATCH – bloco feito com pedaços irregulares. Usam-se os mais diferentes tipos de tecidos. Como são irregulares e não seguem padrão determinado de costura, é feito um bordado nas emendas do tecido.Os bordados são diversificados. Quando vários blocos “crazy” estão agrupados, eles formam um crazy quilt. É comum usar fundações para esse tempo, , pois facilita o trabalho com tecidos e diferentes texturas.
Maluco (Crazy) - São retalhos irregulares e/ou sucata de peças como renda, sianinha etc. agrupados e formam um quilt louco. Crazy quilts eram populares, na década de 70, muitas vezes, feito com sedas e enfeitados com bordados.
Maluco (Crazy) - São retalhos irregulares e/ou sucata de peças como renda, sianinha etc. agrupados e formam um quilt louco. Crazy quilts eram populares, na década de 70, muitas vezes, feito com sedas e enfeitados com bordados.
História
O Crazy Quilt não é propriamente um quilt,
visto que na grande maioria das vezes não era utilizada a manta,
portanto, não havia o sanduíche (tecido, manta, tecido) ou acolchoado
que é o que designa o quilt em si. Assim ele é encarado como um
pseudo-quilt, pois embora seja um tipo de patchwork, não é um tipo de
quilt.
Os
retalhos eram unidos aleatoriamente, orientados pela criatividade
pessoal e a interação dos materiais, utilizando uma grande variedade de
bordados entre as costuras como ornamentação. O valor do quilt estava
relacionado diretamente à quantidade e à complexidade dos bordados:
quanto mais melhor. Isso produzia peças rebuscadas com muitos detalhes
singulares. Esses bordados possuíam intenso simbolismo que expressavam
as emoções e desejos de quem os realizavam. Hoje em dia, são feitos
workshops nos EUA que ensinam essa linguagem (Crazy Talk),
possibilitando a leitura do que está “escrito” em um trabalho antigo de
crazy quilt. Um cravo vermelho, por exemplo, significa “pesar em meu
pobre coração”, enquanto um alecrim simboliza recordação.
Logo após a Guerra Civil Americana, também conhecida como Guerra da
Secessão (1861 a 1865), o patchwork passou por um período de grande
expansão nos Estados Unidos, pois o algodão era cultivado por
mão-de-obra barata de ex-escravos no Sul, fazendo com que os tecidos
tivessem preços muito baixos. Além disso, esta é a época do surgimento
das revistas femininas, como a Ladies’ Home Journal, que passaram a distribuir projetos de Patchwork nacionalmente.
Neste cenário é que o crazy quilt surge e rapidamente encontra grande
aceitação entre as quilteiras. Sua assimetria é encarada então como uma
grande liberdade da ordem e regularidade estabelecida pelos blocos
geométricos tradicionais, pois oferecia infindáveis possibilidades de
criação.
Detalhe de um bordado em crazy quilt moderno
O surgimento de tal técnica advém, principalmente, da influência japonesa e britânica. Durante a Centennial Exposition,
realizada em 1876, na Filadélfia, as louças craqueladas japonesas
(“crazed china”) fizeram grande sucesso. Dessa assimetria dos
craquelados surge a primeira inspiração para o crazy quilt.
Já a influência britânica se deve ao Victorian Aesthetic Movement,
que pregava a arte pela arte, ou seja, a arte não precisa ser
utilitária, mas apenas bela, sendo encarada como uma completa amostra da
autonomia e criatividade do ser humano.
Em meio a isso, os chamados novos ricos americanos passaram a ter
bastante tempo livre que podia ser gasto com a arte. Assim, o trabalho
manual com agulha parecia bastante apropriado para as mulheres dessas
famílias, que podiam se utilizar de tecidos finos, como a seda, e tecer
intrincados bordados, os quais tinham a finalidade apenas de serem
bonitos. É também por isso que ele não precisava de manta, porque não
era suposto que ele esquentasse, mas apenas enfeitaria as casas das
senhoras.
No início do século XX, o Crazy Quilt entra em declínio, quando passa
a ser ridicularizado como algo brega, feio e “poluído” demais. As
críticas eram ferrenhas: “terrível monstruosidade, para dizer o mínino”
(Dr. Dunton); “o tempo, paciência, pontos, erros que o crazy quilt
representa… são demais para se por em palavras” (Godey’s Lady’s Book);
“ociosidade ocupada de maneira a parecer produtiva [...] aqueles que
fazem ‘crazy patchwork’ parecem ter se alimentado de uma raiz insana que
aprisiona sua razão.” (Harper’s Bazzar)
Crazy quilt moderno
Entram então em cena, os românticos apliques florais de Marie
Webster, quando as quilteiras passam a preferir formas mais simples e
visuais mais limpos.
O crazy quilt será redescoberto nos anos de 1980 e 1990, de maneira
renovada e com uma infinidade de possibilidades propiciadas pelos
tecidos e aviamentos sintéticos. Hoje existem livros, projetos e a
combinação de outras técnicas, como o foundation, que ampliaram muito os horizontes para se trabalhar com o crazy quilt.
Embora não seja uma unanimidade, tendo quem o ame e quem o odeie, o
crazy quilt desperta bastante interesse entre as quilteiras do século
XXI. Ele seduz pela possibilidade de criar peças únicas utilizando
apenas sua própria imaginação.
Fonte:Omelete de amoras
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