Verão, sol, mar e muito calor. Hoje em
dia, não tem como imaginar esta combinação sem incluir o famoso
“biquíni”. E foi há mais de 60 anos o nosso corpo conquistou um pouco
mais de liberdade com esta pequena vestimenta. A invenção trouxe uma
liberdade tanto no corpo, quanto uma revolução no comportamento e na
moda do mundo.
O biquíni (ou bikini) é um maiô de duas peças de tamanho reduzido, que cobrem o busto e a parte inferior do tronco. Seu nome se deriva do atol de Bikini, um atol do Pacífico onde se deu, em julho de 1946, um explosão atômica experimental. Assim, pretendia-se propor que a mulher de biquíni provocava, na época, o efeito de uma "bomba atômica". Na França, o termo é marca registrada.A criação do biquini é disputada por dois estilistas franceses: primeiro, Jacques Heim apresentou o "atome" como "o menor maiô do mundo"; em seguida, Louis Réard mostrou o "bikini, menor que o menor maiô do mundo" e ficou com a fama do criador da peça.
A ousadia era tanta, que nenhuma modelo quis vestir a novidade. Sobrou para a stripper francesa Micheline Bernardini, que exibiu um modelo de algodão com estampa que imitava um jornal criado pelo francês Louis Réarde.
A aparição do biquíni foi considerada um escândalo e as mulheres da época se recusavam a usar. Na Europa, a Igreja Católica baniu o uso das duas peças em países como a Itália, a Espanha e Portugal.
No Brasil, o biquíni só era usado por vedetes do teatro rebolado, como Elvira Pagã e Virgínia Lane.
No final dos anos 50 ele atraía multidões para as areias de Copacabana, onde as vedetes Carmem Verônica e Norma Tamar desfilavam com seus biquínis. Multidões se aglomeravam em frente ao Copacabana Palace para admirar a beleza do corpo feminino que ficava à mostra com aquela peça tão polêmica em um primeiro momento.
Em 1956, a atriz Brigitte Bardot exibiu um modelo xadrez de babadinhos no filme E Deus Criou a Mulher e ajudou a popularizar o traje.
No entanto atrizes como Ava Gardner, Ursula Andress e Brigitte Bardot foram contra todos os preconceitos da época aderindo ao biquíni, como instrumento de sedução em filmes e em fotos.
A peça continuava taxada de indecente e chegou a ser proibida, em 1961, pelo presidente Jânio Quadros. No ano seguinte, Helô Pinheiro apareceu nas areias cariocas com um modelo comportado e sutiã estruturado e inspirou Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que criaram a canção Garota de Ipanema.
A bond girl Úrsula Andress no filme 007 contra o Satânico Dr. No e, novamente Brigitte Bardot, agora de férias em Búzios, transformam as duas peças ícone de moda. Foi também nessa década que surgiu o fio Lycra®, que possibilitou que os antigos biquínis confeccionados com tecidos pesados fossem substituídos por outros mais leves e de secagem mais rápida, ganhando ajuste perfeito.
Nos anos 60 biquíni atingiu o auge de popularidade. Era muitas vezes usado como adorno em filmes e músicas, e como contestação política e social. Tornou-se um símbolo pop.
A partir dos anos 70, o biquíni se tornou parte da história das praias cariocas, verdadeiras passarelas de lançamentos da moda praia para o mundo. Foi nesta época que a modelo Rose di Primo inventou a tanga.
Também na década de 70, a atriz Leila Diniz foi à praia grávida de 7 meses usando um minúsculo biquíni. A imagem se tornou símbolo da liberação feminina.
Na década de 80,modelos provocantes entram na onda do culto ao corpo: fio-dental, asa-delta,enroladinho, adesivo e cortininha. Monique Evans era a musa das praias cariocas. Além do biquíni fio-dental, ela era fã do topless. As menos ousadas usavam sutiã cortininha e calcinha asa delta.
No final do século XX, não bastava usar o biquíni. Ele precisava vir acompanhado por cangas, saídas de praia, chapéu, bolsas coloridas e chinelo. O lacinho para fora do short virou febre e o biquíni Made in Brazil faz sucesso no exterior. A tecnologia chegou para ficar. As inovações foram tantas que permitiram estampas de melhor qualidade, trabalhos de jacquard, transparências e até drapeados.
Há mais inovações de materiais que de modelagens. Há modelos capazes de levantar os seios e o bumbum. Os tecidos tecnológicos secam rapidamente, impedem a proliferação de bactérias e protegem contra os raios ultravioletas. O último lançamento para o segmento é a tecnologia do LYCRA® Xtra Life, que dá uma maior longevidade ao fio e permite conservar as formas de biquínis, maiôs e sungas até 3 vezes mais que elastanos comuns. Destaque também para os acessórios, que misturam o rústico, como cordas e macramês, com pedras e brilhos sofisticados.
O Brasil
mostrou sua vocação para o uso desses trajes e fez com que a peça fosse
aderida pelas mulheres e não é a toa que se há um setor do vestuário em
que o Brasil está na frente, sem dúvidas é o de moda praia. Nosso país
avançou em tecnologia e modelagem como nenhum outro e o biquíni
brasileiro passou a ser mundialmente reconhecido por sua ousadia,
qualidade e criatividade, características que o diferencia de qualquer
outro fabricante de outros países.
Nenhum comentário:
Postar um comentário