terça-feira, 12 de novembro de 2013

Camisa Feminina





A camisa é uma roupa secular e a que melhor expressa elegância e liberdade ao mesmo tempo. Teve seu surgimento em terras egípcias sob o nome de kalasiris que era uma vestimenta reta, costurada dos lados, com abertura somente para passar a cabeça. (embora ainda se assemelhasse mais a uma camiseta comprida).





Em Roma foi chamada de “subúcula” e funcionava como roupa intima (vestido de dormir) ou uma camisa para se usar abaixo da túnica o que foi sua função durante muito tempo. Era uma peça tão importante nos tempos antigos que era adicionada aos dotes ofertados.

  Até quase o final do século XVIII, as camisas dos homens não deviam aparecer, eram usadas como uma camada entre o corpo e o traje externo. As mulheres usavam um tipo de camisa feminina com a mesma intenção. O que importava era que essa roupa pudesse ser lavada com mais facilidade e freqüência - relativamente falando – do que um vestido ou casaco, que, no caso das classes ricas, muitas vezes não podiam de modo algum passar por uma limpeza, devido à profusão de bordados e outros ornamentos. Uma camisa branca simples podia aparecer sob o decote de um vestido, mas era considerada, realmente, roupa de baixo. Como os vestidos eram confeccionados como peça única, não foi senão depois que o tailleur se tornou popular, nos anos 1880, que a blusa de feitio e confecção semelhantes aos de uma camisa – como as camisas femininas eram então conhecidas – tornou-se necessária.

Mas é a partir do século XVIII que a camisa começa a sair de debaixo das roupas para se transformar num elemento de destaque tornando-se popular apenas ao final da II Guerra Mundial. Conhecida por ter gola, punho e botões frontais em toda sua extensão, os designs e estilos variam muito dentro dos ditames da moda, porém sua melhor evolução foi passar a fazer parte tanto do guarda-roupa masculino, quanto do feminino!
No final do século XIX, a camisa colegial feminina já era bastante parecida com a camisa social de hoje: sem enfeites “eduardianos” (rendas, bordados, nervuras, tudo em muita quantidade). Já em 1910 o uso de tais enfeites passou a ser considerado fora de moda, antiquado. O corre-corre cotidiano pedia roupas mais simples e fáceis de tratar.

No começo do século XX essa camisa branca e de algodão, a chemise, era usada por muitas mulheres norte-americanas, por causa da facilidade em mantê-las, pois eram mais fáceis de lavar do que as de seda e outros materiais que os estilistas da época adoravam usar nas coleções femininas. Nessa época, várias mulheres estavam no mercado de trabalho (recepcionistas, telefonistas, entre outras trabalhadoras de escritório), e a camisa de colarinho branco, de uso geral, apresentava pequenas diferenças do modelo masculino (babadinhos e aplicações). Sempre usadas com saias, compunham um visual uniforme, sóbrio, adequado para a vida profissional nas cidades grandes.O colarinho branco era usado no início apenas pelas classes mais altas. Os operários usavam camisas azuis. 
Na década de 1920 a camisa clássica era nada mais nada menos que a blusa de marinheiro, bem folgada, presa ao quadris, e era uma adaptação da roupa infantil (coisa curiosa que aconteceu muito naquela época). Era usada para a prática de esportes, para atividades informais.

Ainda no início do século XX, Coco Chanel pegou uma camisa do armário masculino e passou a usá-la,mas não se tornou moda popular. Chanel simplificou enormemente o guardar-roupa feminino, por exemplo, deixando de usar os espartilhos, que na realidade só poderiam ser usados mesmo, em todo o seu esplendor, pelas mulheres ricas, já que essa peça tolhia os movimentos e demorava a ser vestida.  Chanel percebeu que ficava melhor com roupas simples, inspiradas no guarda-roupa masculino, e era inteligente o suficiente para explorar sua descoberta. Com a escassez de produtos por causa da guerra, a simplicidade tornou-se norma, e as roupas perderam os enfeites, tornando-se mais sóbrias, coisa que já se via no guarda-roupa de Chanel.
 Hoje, muito do que ela criou é visto como elegante e clássico. Ela realmente criou peças belas e simples, mais apropriadas para um mundo onde a agilidade e a praticidade estavam sendo mais e mais cobradas. 

Depois dessa época, a camisa branca vai causar mais impacto na moda já nos anos de 1940. As moças pegavam as camisas que seus pais não queriam mais e usavam com seus jeans, mas sempre para trabalhos em casa. Para usar a camisa em outras atividades ela precisava ser muito bem arrumada, passada e engomada.

 

Nos anos 50 a camisa feminina mais chique era a Bettina, de Givenchy, lançada em sua primeira coleção, em 1952. Com seus babados nas mangas, era bem complicada de tratar, e somente mulheres ricas poderiam tê-la – seja por causa do preço, seja por que teriam que ter quem passasse a ferro.
Foi nessa década que a atriz Audrey Hepburn fez uso desta peça e lançou moda mundo afora, de verdade. Daí por diante ela foi mais e mais incorporada ao vestuário feminino.
Chanel e Hepburn pegaram camisas que realmente eram usadas por homens, dos armários deles, mas isso não quer dizer que as mulheres antes não usassem camisas também. A diferença é que as camisas usadas por elas, as que se tornaram parte do uniforme profissional urbano, foram as masculinas: bem grandes (folgadas), com colarinho pontudo, botões do pescoço até embaixo, punhos com botões – a famosa camisa social. As camisas femininas não eram tão retas e “secas” quanto as masculinas, nem eram tão largas.




Mais tarde em 1970 com o aparecimento do feminismo, Marlene Dietrich e Katharine Hepburn continuram a eterniza-la.








 Na década de 80 Vivienne Westwood lança uma coleção de camisas brancas inspiradas em piratas e depois disso um desfile de ícones: Kim Basinger em 9 ½ Weeks, Pulp Fiction com Uma Thurman, Carolina Herrera e suas inseparáveis camisas brancas.






E enfim nós no shopping, em um jantar, no aniversário ou indo ali no supermercado!


Esta peça pode ser confeccionada em variadas matérias primas: algodões, linhos, sedas, cetins, crepes; podendo seguir a moda ou simplesmente criar uma ao seu estilo.




Fonte:Blog Casa Alberto,Rosa Atual,Rosa Mulher,Blog Glam& Chic,Blog Lu Ribeiro

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